"Juventude é marcada pelo medo de morrer de forma trágica e violenta", diz cientista social

sábado, 30 de novembro de 2013

 
“Precisamos iniciar um novo ciclo de políticas públicas para a juventude”. A afirmação é da antropóloga, cientista social e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Regina Novaes, debatedora do IV Seminário sobre Realidades Juvenis, que ocorre nesta sexta e sábado no auditório do Colégio Marista em Natal. Diante de representantes de diversas entidades sociais que, nestes dois dias, discutem o enfrentamento ao extermínio contra a juventude, ela ressaltou que os jovens têm que ser ouvidos na elaboração dessas políticas, “porque eles sabem o que é ser jovem nos dias atuais”. 
 
Regina disse que a atual geração de jovens é “marcada pelo medo de morrer de forma trágica e violenta”. “Esse medo é mais forte para quem é mais vulnerável, mas percorre todas as juventudes”, comentou.
 
Além do medo de morrer, Regina chamou atenção para outro aspecto que marca a juventude do presente. “É o medo de se sentir desconectado num mundo extremamente conectado”.
 
Para Regina, a nova geração de políticas públicas para a juventude “precisa considerar as trajetórias individuais desses jovens, precisa aumentar as possibilidades de escolhas deles e precisa se articular com outras políticas existentes”. “A ideia de jovens como sujeitos de direitos não pode ser só retórica”, acrescentou. 
 
O deputado Fernando Mineiro (PT), antes da palestra de Regina, disse que é preciso tentar “sensibilizar a sociedade para o extermínio em curso da juventude”. 
 
“O que está acontecendo não é acerto de contas entre bandidos. É a barbárie nas periferias com nossos jovens sendo assassinados”, alertou.
 
Na abertura da programação da tarde, os jovens, divididos em grupos, apresentaram suas demandas e proposições, entre as quais a criação do Conselho Municipal de Juventude e a adesão de Natal ao Plano Juventude Viva, criado pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) com o objetivo prevenir violência contra a juventude negra e combater a banalização da violência no Brasil.
 
O Juventude Viva articula políticas sociais nos campos da educação, do trabalho, da cultura, do esporte, da saúde, do acesso à justiça e à segurança pública, para ampliação dos direitos da juventude, combate às desigualdades raciais e garantia dos direitos humanos.
 
Fonte: Assessoria do Mandato

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