Representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento diz no Brasil que principal promessa da presidente Dilma Rousseff será cumprida; "A desigualdade, aqui, teve uma queda espetacular", reconheceu Jorge Chediak; "O que mais melhorou a situação do País foi a criação de empregos", acrescentou, admirado: "Os números são impressionantes"
Pedro Peduzzi
_Repórter da Agência Brasil - Brasília – O representante do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Jorge Chediek, disse que o Brasil
conseguirá cumprir uma das principais promessas da presidenta Dilma Rousseff e
tirar toda a população da pobreza extrema. Ele falou depois de conhecer o
estudo Vozes da Nova Classe Média, divulgado hoje (29) pela Secretaria de
Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Segundo ele, as
políticas do governo brasileiro para a nova classe média influenciarão a
Organização das Nações Unidas (ONU).
"Vemos que
políticas públicas sociais e econômicas farão com que o Brasil atinja o
resultado de 100% de redução da pobreza extrema. E a ONU tem um compromisso
assumido de combate à pobreza. Pensamos muito nisso, mas [pensamos] pouco no
ponto de chegada, que é a classe média. É muito útil o Brasil estar pensando
neste ponto de chegada", disse o representante do Pnud.
Ministro da SAE e
presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Marcelo Neri
disse que "o fim da miséria é apenas o começo". Segundo ele, a
desigualdade teve uma "queda espetacular", após o índice de Gini ter
caído de 0,64 para 0,54 nos últimos dez anos. Este índice, pelo qual zero
representa a igualdade total de renda, é um dos mais usados para comparações
socioeconômicas entre países.
"Em 2012, mesmo
com [baixo crescimento do PIB] o chamado Pibinho, 35% das pessoas subiram [de
nível social], enquanto 14% caíram. Isso mostra que o país vive mais
prosperidade e oportunidade, e menos desigualdade", acrescentou o ministro
Marcelo Neri, após apontar a Carteira de Trabalho como maior símbolo da classe
média.
Para Jorge Chediek, os
números apresentados pelo estudo "são impressionantes". Ele avalia
que a formalização do emprego foi fundamental para os bons resultados. "O
que mais melhorou a situação do país foi a criação de empregos. [Também] por
isso é muito importante conhecer a classe média", acrescentou. "A
presidenta Dilma Rousseff disse que quer fazer do Brasil um país de classe
média. Queremos influenciar a política e ampliá-la para fazer, também do mundo,
um mundo de classe média"
O estudo Vozes da Nova
Classe Média mostra a contribuição do empreendedor para a expansão da nova
classe média brasileira. Tem como um dos destaques o aumento na formalização
dos empregos. Entre as conclusões que há no estudo está a de que 40% dos postos
de trabalho disponíveis foram gerados a partir de pequenos negócios.
Dos 15 milhões de
novas vagas abertas entre 2001 e 2011, 6 milhões foram criadas pelos
empreendimentos de pequeno porte. Além disso, 95% delas são empregos formais.
Ainda de acordo com o estudo, 39% do total de remunerações do país estão
relacionadas a pequenos empreendedores – volume que supera os R$ 500 bilhões
por ano.
Edição: Beto Coura
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