O Programa Bolsa Família contribui para a
redução do trabalho infantil no Brasil, declarou a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), no Informe Mundial sobre o Trabalho Infantil, divulgado nesta
segunda (29).
No Brasil, existem aproximadamente 3,4 milhões de jovens entre 10
e 17 anos no mercado de trabalho, segundo o último Censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. De acordo com o informe
da OIT, o Bolsa Família, desde a sua criação, reduziu em 8,7% a quantidade de
crianças trabalhando no campo e 2,5%, nas áreas urbanas.
Segundo a organização, políticas de proteção social, como o
programa brasileiro, são cruciais no combate a esse tipo de trabalho, que
atinge cerca de 215 milhões de crianças no mundo – dos quais mais da metade
exerce atividades consideradas perigosas. "O relatório demonstra
claramente que investir na proteção social por meio dos pisos de proteção
social definidos em nível nacional é uma parte fundamental da resposta na luta
contra o trabalho infantil, que inclui também o acesso a empregos decentes para
os adultos e a educação para as crianças", disse a diretora do Programa
Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil da OIT, Constance Thomas.
Estimativas da OIT apontam que cerca de 75% da população mundial -
5 bilhões de pessoas - não têm acesso à proteção social integral.
Para a organização, a dinâmica do trabalho infantil obedece a
vulnerabilidade de áreas associadas à pobreza, contra a qual a seguridade
social desempenha papel fundamental para a sua mitigação.
Segundo o informe da
OIT, em lugares pobres, onde há pouco acesso ao crédito, as famílias recorrem
ao trabalho infantil para satisfazer suas necessidades básicas e combater as
incertezas do contexto econômico.
A pobreza é o principal fator sobre o qual a
OIT justifica a importância de pisos e sistemas de seguridade social que
incluam programas públicos de emprego, de proteção à saúde e às pessoas com
deficiência, de seguro-desemprego e de seguridade adaptada à infância.
Os autores recomendam também a introdução de medidas específicas
dirigidas ao trabalho infantil nos sistemas de seguridade social, o
fortalecimento das qualificações e os marcos legislativos nacionais, bem como
atingir os grupos vulneráveis como as crianças que vivem o HIV/Aids, as
crianças migrantes, as crianças provenientes de minorias étnicas
marginalizadas, os grupos indígenas e outros grupos excluídos em nível
econômico e social.
Conheça algumas informações levantadas pela OIT em todo o mundo:
- 215 milhões de crianças são vítimas de
trabalho infantil. Estes são os dados mais recentes. A publicação de novos
números está prevista para setembro de 2013
- 115 milhões de crianças estão envolvidos nas
piores formas de trabalho infantil, as quais compreendem as práticas análogas à
escravidão, a servidão por dívidas, a oferta de crianças para a prostituição, a
utilização de crianças para a realização de atividades ilícitas e o trabalho
que é prejudicial para a saúde, a segurança e a moral das crianças
- 15,5 milhões de crianças trabalham no serviço doméstico
- O principal setor onde se concentra o trabalho infantil continua
sendo a agricultura (60 por cento). Somente um de cada cinco crianças que
trabalham recebe um salário. A grande maioria é de trabalhadores familiares não
remunerados.
PT no Senado/ Com informações da Agência Brasil e da OIT
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