“Precisamos iniciar um novo ciclo de políticas públicas para a juventude”. A afirmação é da antropóloga, cientista social e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Regina Novaes, debatedora do IV Seminário sobre Realidades Juvenis, que ocorre nesta sexta e sábado no auditório do Colégio Marista em Natal. Diante de representantes de diversas entidades sociais que, nestes dois dias, discutem o enfrentamento ao extermínio contra a juventude, ela ressaltou que os jovens têm que ser ouvidos na elaboração dessas políticas, “porque eles sabem o que é ser jovem nos dias atuais”.
Regina disse que a atual geração de jovens é “marcada pelo medo de
morrer de forma trágica e violenta”. “Esse medo é mais forte para quem é
mais vulnerável, mas percorre todas as juventudes”, comentou.
Além do medo de morrer, Regina chamou atenção para outro aspecto que
marca a juventude do presente. “É o medo de se sentir desconectado num
mundo extremamente conectado”.
Para Regina, a nova geração de políticas públicas para a juventude
“precisa considerar as trajetórias individuais desses jovens, precisa
aumentar as possibilidades de escolhas deles e precisa se articular com
outras políticas existentes”. “A ideia de jovens como sujeitos de
direitos não pode ser só retórica”, acrescentou.
O deputado Fernando Mineiro (PT), antes da palestra de Regina, disse
que é preciso tentar “sensibilizar a sociedade para o extermínio em
curso da juventude”.
“O que está acontecendo não é acerto de contas entre bandidos. É a
barbárie nas periferias com nossos jovens sendo assassinados”, alertou.
Na abertura da programação da tarde, os jovens, divididos em grupos,
apresentaram suas demandas e proposições, entre as quais a criação do
Conselho Municipal de Juventude e a adesão de Natal ao Plano Juventude
Viva, criado pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) com o objetivo
prevenir violência contra a juventude negra e combater a banalização da
violência no Brasil.
O Juventude Viva articula políticas sociais nos campos da educação, do
trabalho, da cultura, do esporte, da saúde, do acesso à justiça e à
segurança pública, para ampliação dos direitos da juventude, combate às
desigualdades raciais e garantia dos direitos humanos.
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