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Qual o futuro de Campo Severo?
* Cristiano Almeida
No capítulo anterior da fatídica novela dessa pequena cidade fictícia
chamada Campo Severo, assistimos ao conto do prefeito navegador que
passa a maior parte do tempo velejando por outras conexões e
dificilmente atraca na via costeira de Campo Severo.
Mas, ele está conectado com a cidade através de uma rede social
fictícia chamada de Bookface, fazendo anúncios de agendas eleitoreiras e
promessas, deixando ainda Campo Severo sob a responsabilidade (apenas)
de seus secretários.
Porem, não quero falar agora das pessoas que tem a coragem de assumir
essas secretarias e muitas vezes ficam na linha de tiro das críticas
aos problemas decorrentes da falta de compromisso em um nível superior
dessa hierarquia, embora existam naquela administração fictícia
secretarias que os moradores de Campo Severo não saibam pra que existem.
Pois bem, é sabido que na administração pública de Campo Severo
existe a câmara dos vereadores, local onde deveriam, os representantes
eleitos pelo povo, fiscalizarem as atividades do poder executivo e
elaborarem projetos e leis municipais que contribuíssem para o
desenvolvimento daquela cidadezinha fictícia, com seu povo pacato e seus
coronéis.
Talvez por isso muitos moradores de Campo Severo andem se perguntando:
- Por onde andam alguns daqueles homens e mulheres que entraram
em nossas casas, tomaram café conosco, bateram no nosso ombro, nos
abraçaram e disseram que conheciam nossos problemas e nos prometeram
melhorias para nós, para nossa rua, para o nosso bairro e conquistaram o
nosso voto?
- Será que foram comprados?
- Será que se esqueceram pra que são pagos?
- Será que eles sumiram ou foram abduzidos?
- Ou será que eles são agentes secretos que desempenham suas
atividades da forma mais secreta possível e por isso quase nunca são
vistos?
De todas as hipóteses, considero que a ultima seja a menos provável.
Porém, na inocência daquele povo que ainda sofre com uma herança
cultural de submissão, de sentimento de impotência e de descaso do poder
público, viver a margem da sociedade talvez não represente nada além de
uma vontade divina.
De forma que, ao se debruçar sobre aquela realidade fictícia, qualquer leitor se pergunta:
- qual será o futuro daquele povo fictício caso não se libertem
das correntes nas quais as hierarquias de coronéis lhes prenderam?
* Cristiano Almeida publicou esta matéria originalmente no CG News
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