O Estatuto da Juventude (PLC
98/2011), que estabelece direitos para pessoas de 15 a 29 anos, foi
aprovado na noite desta terça-feira (16) pelo Plenário do Senado. Com 48
artigos, a proposta assegura à população dessa faixa etária – cerca de 52
milhões de brasileiros – acesso a educação, profissionalização, trabalho e
renda, além de determinar a obrigatoriedade de o estado manter programas de
expansão do ensino superior, com oferta de bolsas estudos em instituições
privadas e financiamento estudantil. A matéria agora retorna à Câmara dos
Deputados.
“O
fundamental do Estatuto da Juventude é que ele é uma declaração de direitos
para a juventude brasileira e não pode ser aceita a restrição a esses direitos.
Quero confiar que com a regulamentação [que deverá ser elaborada pelo governo
para assegurar essa cota] não seja cedido 1 milímetro sequer”, disse o senador
Randolfe Rodrigues, um dos relatores do projeto de lei complementar.
Os
ingressos para eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014
e os Jogos Olímpicos de 2016, que têm leis específicas, não estão enquadrados
nas regras do estatuto e vão depender da decisão dos órgãos responsáveis como a
Federação Internacional de Futebol (Fifa). Esse foi um dos maiores impasses
suplantados pelos senadores nas negociações para a aprovação da proposta e das
emendas apresentadas.
As
novas regras também permitirão aos jovens que comprovarem renda familiar até
dois salários mínimos direito a duas vagas gratuitas em ônibus interestaduais e
mais dois lugares com desconto de 50%. “Obviamente que é um direito que estamos
assegurando e o sistema de transporte vai se ajustar para garantir esse
direito”, disse Randolfe.
Para
o senador Paulo Paim (PT-RS), que também foi relator da proposta, não será
difícil garantir o cumprimento da regra. “A mesma redação eu coloquei no
Estatuto do Idoso. Não deu problema, e a própria empresa assimilou [os custos].
E essa moçada vai fiscalizar e denunciar. [Quem não cumprir], vai pagar multas
que são 100 vezes o valor das duas passagens”, declarou Paim.
O texto tramita há quase dez anos no Congresso Nacional. A primeira proposta foi aprovado na Câmara dos Deputados em outubro de 2011 e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, há dois meses.
O texto tramita há quase dez anos no Congresso Nacional. A primeira proposta foi aprovado na Câmara dos Deputados em outubro de 2011 e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, há dois meses.
O
texto define outras garantias nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer,
mobilidade e acesso à Justiça para mais de 70 milhões de brasileiros. Um dos
pontos de consenso prevê a ampliação da oferta de bolsa de estudo em
instituições privadas e financiamento estudantil. O projeto agora vai para a
Câmara. Se aprovado pelos deputados, os benefícios previstos no documento ainda
precisam ser regulamentados.
Segundo
Angela Cristina Santos Guimarães, presidenta do Conselho Nacional de Juventude,
a aprovação do texto marca um momento histórico para os jovens do país. “Vivemos
décadas em que os jovens eram sequer levado em consideração pelo Estado
brasileiro e a juventude é um segmento estratégico para o desenvolvimento do
país. Tem direitos concretos garantidos aí”, disse.
Fonte: ebc.com.br
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