Nos últimos dias, uma série de dados econômicos confluem para um desempenho, em 2013, muito superior ao verificado no ano passado. Líderes empresariais de diferentes setores do meio da economia – aqueles que usam insumos da indústria de transformadora de matérias primas para aplicar em produtos finais ao consumidor – estão otimistas sobre mais produção e mais vendas este ano, com base nos primeiros resultados já alcançados.
É assim que os setores que compram aço, como as montadoras de veiculos e a construção civil, fizeram aquisições em janeiro nada menos que 18% acima do comprado em dezembro, segundo dados do Instituto Nacional das Distribuidoras de Aço (Inda). "O mercado está começando a crescer novamente", disse o presidente Carlos Loureira ao jornal Valor Econômico. Com alta de 3,4% em vendas em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado, o setor projeta um crescimento de 6% no mercado doméstico sobre o ano passado até dezembro.
No alumínio, outro elemento presente em ínumeros setores industriais, o melhor termômetro de crescimento é a venda de chapas, folhas e extrudados. Neste campo, as vendas em janeiro, de acordo com a Associação Brasileira de Alumínio (Abal), já foram 5,9% maiores do que no primeiro mês de ano passado. "Acreditamos num crescimento do setor de até 5 por centro para este ano", diz o presidente da entidade, Luiz Carlos Loureiro Filho. "Estamos otimistas".
Não é diferente entre uma das maiores fabricantes de ônibus e caminhões do País, a MAN Latin America. "Já temos pedidos que indicam vendas 20% maiores do que em 2012, em razão de a necessidade do mercado renovar a sua frota", adianta Roberto Cortes, presidente da companhia. "Nossa atividade no primeiro bimestre está ótima em relação à que tivemos em 2012".
No mesmo setor, a Agrale, tradicional fabricante de máquinas e tratores, registrou um crescimento de vendas simplesmente espetacular em janeiro com relação a dezembro: 126% mais. Os responsáveis pela companhia admitem que tratou-se de um ponto fora da curva, mas, a partir dele, eles projetam um crescimento da companhia, este ano, de mais de 16% sobre o realizado no ano passado. "O forte desempenho está ligado ao fim dos estoques das indústrias do nosso setor", disse o diretor-presidente Hugo Zattera ao Valor.
Pesquisa entre associados feita pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria de Eletro-eletrônicos) constatou que 56% das empresas associadas relataram alta de encomendas em janeiro com relação a dezembro. Isso mostra um aquecimento no setor de ponta tecnológica da economia. "O otimismo aumentou, porque os sinais dados em janeiro, um mês que nunca é excepcionalmente forte em vendas, indicam um grande ano pela frente", conta o presidente Humberto Barbato. Segundo ele, 79% dos associados da Abinee registraram em pesquisa que esperam melhores vendas em 2013 do que em 2012.
Mesmo onde janeiro apontou queda em relação a dezembro, de 3%, no setor de máquinas e equipamentos, o dado foi comemorado. "Esse recuo é sazonal, e sempre acontece nessa época, mas foi muito menor do que em anos anteriores", relatou Marcos Bernardini, consultor econômico da Abimaq.
Nos grandes números macroeconômicos, o governo também já tem o que comemorar. O Boletim Focus, do Banco Cenral, que semanalmente capta os humores de agentes do mercado financeiro sobre dados como inflação e crescimento do PIB indica nesta segunda-feira 25 que a inflação esperada é menor do que na semana anterior – e o crescimento, maior, da ordem de 3% para o ano. Noutro dado, o estoque da dívida mobiliaria do Tesouro (tudo o que o governo deve ao mercado) declinou 4%, equanto a arrecadação de impostos bateu novo recorde.
A continuar nessa marcha, o melhor, para os pessimistas, vai ser iniciar logo um ajuste de discurso, sob pena de ficarem falando sozinhos – os empresários, afinal, de olho no chão de suas fábricas e em seus caixas, sabem que o certo é acreditar em resultados do que se guiar por palavras pré-fabricadas.
Fonte: brasil247
Imagem: brasil247
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