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Sócio de uma empresa que recebeu verbas do deputado Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN) mesmo sendo seu assessor, Aluizio Dutra de Almeida
deixou o cargo ontem.
Conforme a Folha revelou, a empresa de Aluizio Almeida recebeu
recursos por meio das emendas parlamentares indicadas pelo próprio
Henrique Alves. As emendas são as cotas que cada deputado federal e
senador tem direito no Orçamento da União.
Era Almeida quem cuidava das emendas no gabinete do deputado federal,
disse o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.
Primo de Henrique Alves, favorito para assumir o comando da Câmara a
partir do próximo mês, Garibaldi disse ter tratado do encaminhamento de
verbas com Almeida, que era assessor de Henrique Alves desde 1998.
DOBRADINHA
Garibaldi era senador até o fim de 2010, antes de virar ministro, e ainda tem emendas em execução.
Ele foi procurado pela reportagem porque uma emenda sua de R$ 120 mil
também foi parar na Bonacci Engenharia e Comércio Ltda., a empresa do
até ontem assessor de Henrique Alves.
O ministro disse, porém, que desconhecia que Almeida fosse sócio da Bonacci.
A empresa foi contratada pela Prefeitura de Campo Grande (RN) para
construção de um pórtico. O convênio dela com o Ministério do Turismo
ainda está em vigência.
Garibaldi contou que não se recorda de ter tratado especificamente desse
convênio com o assessor de Henrique Alves, mas disse que discute com
ele o tema em nome do gabinete do deputado.
"O Aluizio trata das emendas [...] Aqui, acolá, nós reforçamos esses pedidos, para o Henrique, e a ele às vezes também", disse.
"Eu e Henrique nos elegemos em conjunto, ele para deputado e eu para
senador. Às vezes, apresentamos emendas juntos", afirmou o ministro.
E continuou: "Quando se trata de uma emenda para a gente reforçar [o
pedido no governo], Aluizio Dutra já tratou disso comigo, claro",
afirmou o ministro. "Não é muito comum porque Aluizio não é meu
assessor."
Pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte contrataram a Bonacci por meio de emendas indicadas por Henrique Alves.
O mecanismo funcionou assim: o deputado indicou o destino da verba, o
governo federal liberou o recurso, que foi parar na empresa do assessor
por meio de convênios dela com prefeituras.
Henrique Alves conta com o apoio dos partidos da base de sustentação do
governo Dilma e com siglas de oposição para ocupar a presidência da
Câmara, segundo cargo na linha sucessória da Presidência da República.
Alves manteve a previsão de, a partir de hoje, se reunir com líderes
políticos de 11 Estados em sua campanha para a eleição na Câmara, que
acontece no dia 4.
apoio
apoio
Um dos primeiros a anunciar o apoio ao peemedebista, o PPS adotou um
discurso de cautela. "É preciso aguardar as explicações", disse o
presidente da sigla, deputado Roberto Freire (SP).
Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Alves na disputa,
as suspeitas reforçam a linha de sua campanha --de que é necessário
novas práticas no comando do Legislativo.
OPOSIÇÃO
Além de Garibaldi, a empresa de Aluizio Dutra de Almeida recebeu R$ 130
mil de uma emenda parlamentar do senador e presidente do DEM, José
Agripino (RN) para uma obra iniciada no ano passado na cidade de São
Rafael.
Agripino disse que só indicou a emenda para a prefeitura, desconhecendo,
segundo ele, a existência da Bonacci. "Não sabia que esse Aluizio Dutra
tinha empresa."
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