O ano de 2013 mal
começa e já se percebe que será de intensa disputa política e ideológica.
Nacionalmente, os partidos de oposição e a mídia partidarizada não darão
trégua. O desempenho da economia durante este ano e a consequente popularidade
da Presidenta Dilma serão decisivos na definição dos principais blocos que se
formarão para participar das eleições em 2014. Mantidos os atuais índices de
adesão ao projeto que governa o Brasil desde 2002, o PT e os partidos aliados
seguirão com o mesmo time e partirão com grandes e boas chances rumo ao tetra
campeonato eleitoral. Caso contrário, situacionistas de hoje debandarão e
fortalecerão o time oposicionista. Coisas da política.
A
disputa nacional condicionará as estaduais e será a moldura das alianças locais
a despeito das particularidades regionais. Pelo grau de acirramento e
endurecimento dos embates que virão, a tendência será de nacionalização e
verticalização política das eleições no ano que vem.
Por
isso mesmo, qualquer decisão local só se concretizará no contexto das
definições nacionais. Que não serão tomadas agora em 2013. Isto não quer
dizer, óbvio, que não se estabeleçam, desde já, diálogos entre partidos e
lideranças políticas com vistas à construção dos possíveis caminhos a seguir em
2014. Mas não passarão disso: diálogos. Decisões mesmo, só no ano que vem,
quando o jogo será armado e jogado de forma definitiva.
No
caso específico do Rio Grande do Norte é forte a possibilidade de se
constituir, em 2014, um bloco de forças políticas para disputar as eleições em
oposição ao atual governo do estado. Mas tal bloco não se legitimará política e
eleitoralmente se o seu discurso não for além do apresentar-se como de
oposição. Até porque será formado por quem até ontem foi da atual
situação e, quem sabe, por quem hoje ainda o é. Ou não.
Caso
de fato queiram disputar pra valer as eleições em 2014, os partidos políticos
em oposição ao governo Rosalba devem dedicar boa parte de suas energias e
articulações na elaboração de um projeto político-administrativo para o Rio
Grande do Norte, que tenha a capacidade de mobilizar e convocar a sociedade
potiguar a sair do marasmo em que o nosso estado se encontra. Projeto que
tenha como objetivos, entre outros, o desenvolvimento econômico sustentável do
RN, a inversão de prioridades e a inclusão social, o combate à pobreza, a
geração e distribuição de renda, a qualificação social das políticas públicas,
a transparência e a modernização administrativa.
Como
antes de 2014 tem um 2013 no meio do caminho, nossos partidos deveriam usar boa
parte deste tempo para aprofundar os estudos sobre os graves problemas do Rio
Grande do Norte, ouvir os mais diversos setores da sociedade e com eles debater
as alternativas viáveis de soluções e enfrentamentos dos históricos entraves ao
desenvolvimento estadual. Se assim fizermos, teremos como resultado um conjunto
de propostas concretas a serem apresentadas ao eleitorado e chegaremos mais
fortalecidos e legitimados perante a sociedade no momento das definições.
*Por Fernando Mineiro/ Deputado Estadual (PT)
*Carta Potiguar
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