Nota sobre a possível Aliança entre o PT e o PCdoB em Apodi-RN
Nesta
última semana, ventilou-se em nosso município, a possibilidade de uma
Aliança entre o PT e o PCdoB na chapa majoritária nas eleições
municipais, cabendo ao PT indicar o Vice. Eu, Professora Simone Cabral,
filiada ao PT, estaria dentre as possibilidades de pré-candidaturas ao
pleito, mesmo não tendo manifestado interesse anteriormente. Logo essa
notícia espalhou-se e ganhou proporções inimagináveis para especulações,
incertezas e expectativas.
Enquanto
isso, eu estava no interior do Piauí, na cidade de Parnaíba,
participando do IV Fórum Internacional de Pedagogia, evento realizado
pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), pela Universidade Estadual do
Piauí (UESPI) e pela Associação Internacional de Pesquisa na Graduação
em Pedagogia (AINPGP), a qual, sou membro fundadora. A agitação em torno
do meu nome, acredito ter sido motivada, tanto pela curiosidade na
pessoa, até então desconhecida, para muitos, como pela credibilidade na
minha atividade docente e de minha idoneidade política, para os que me
conhecem.
Começou
então, uma enxurrada de ligações e mensagens telefônicas de
companheiros do PT, de militantes do PCdoB e de amigos e parte de
familiares mais próximos para que eu aceitasse sair na chapa majoritária
com o pré-candidato à Prefeito Flaviano Monteiro (PCdoB). Vale
salientar, que a indicação do meu nome, dada a sua repercussão positiva,
foi, previamente, construída pelo próprio PCdoB que já o indicava, como
condição para firmação da Aliança, o que não dava condições para o
debate interno sobre a escolha do representante do PT. Somente e em
função, de um projeto unificado em prol de reposicionar o PT no lugar
que ele merece: o Partido que mudou o Brasil, o consenso foi firmado.
Assim, aceitei o
desafio depois de conversar, via telefone, com o próprio Flaviano
Monteiro (PCdoB). Na ocasião, tentava me convencer da importância de uma
candidatura representativa de uma oposição de esquerda e comprometida
com o nosso município, e que reunia duas figuras com histórias de
superação social por meio da educação. Foi um convite à ousadia, que não
poderia recusar, tamanha era a empreitada em nome da coerência
partidária que une projetos políticos de partidos de esquerda no Brasil.
Aceitei quando
conversei com meus familiares, alguns destes, resistentes, temendo os
desgastes e os desafios que a vida pública implica. Ainda, sim, recebi
de todos eles, o apoio, caso eu decidisse aceitar, como, de fato, o
fiz. Aceitei, porque tenho lado, porque tenho partido e não costumo fugir dos desafios.
Antecipei
meu retorno do PIAUI para o dia 29/06, deixando os compromissos
assumidos no Evento já citado, para FIRMAR E FESTEJAR a Aliança, quando,
ainda em trânsito, fui surpreendida pela notícia que o acordo havia
sido quebrado pelo PCdoB, ao preferir na sua chapa majoritária outro
Partido e não o PT. Ao agir
dessa forma, a chamada Nova Geração (envelhecida pelas ideias, pelo
discurso e, comprovadamente, pela prática) se revela igual aos grupos
políticos tradicionais e perde totalmente o discurso do novo.
O
sentimento que aflora é de desrespeito com o PT e com os que
acreditaram, apostaram e defenderam essa Aliança. Por fim, sobre a
decisão do PCdoB, não poderia ser mais representativo deste, do que
lembrar o mais célebre teórico das Ciências Sociais, Karl Marx, quando
disse: “Tudo que é sólido se desmancha no ar”.
Pela dignidade na política!
Profª Simone Cabral*
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